Se não fôssemos habitados por alguns mecanismos inconscientes que, no intuito de nos proteger de sofrimentos, nos limitam e atrapalham na tomada de decisões, seria simples decidirmos qual é o melhor caminho diante de um esgotamento.

Se perguntar para qualquer pessoa “Você sente-se cansado?”, não será surpreendente ouvir um “Sim, muito”. Quase todos nós enfrentamos problemas difíceis de lidar, que se arrastam com o tempo e que drenam as nossas energias. Podem ser relações complicadas, um trabalho muito stressante ou pouco recompensante, um conflito familiar ou até uma dor emocional persistente.

A exaustão pode facilmente levar-nos ao “autoboicote”, à autossabotagem. Ainda que seja importante saber quando desistir para focarmos as nossas atenções em outras coisas, precisamos, antes de tomar a decisão de desistir, fazer a pergunta: “Estou apenas cansado ou quero, realmente desistir?”. Às vezes desistimos porque aquilo era o mais fácil de fazer, era a ação que envolvia menos riscos ou, simplesmente, porque ficamos temporariamente sem forças.

Por isso é importante descansar, mental e fisicamente, antes de tomar qualquer decisão que envolva uma desistência importante.

A psicoterapia ajuda a conhecer e administrar pensamentos limitantes, aumentando a nossa capacidade de fazer escolhas saudáveis e benéficas, sem nos autossabotarmos. Devemos estar atentos para que as oportunidades que surjam no nosso caminho não se contaminem pelos velhos comportamentos, nem por ideias manchadas por um dia ou uma semana que foram mais longos do que gostaríamos…